Genocídio palestino e o grito de Antígona


Genocídio palestino e o grito de Antígona

(publicado na Revista Cult – 13/11/2023)

Não seria um direito de toda criança ir para suas escolas com segurança, um direito que existe antes da lei, por ser inalienável? Não para as crianças palestinas. Soldados e colonos israelenses as agridem, as ameaçam. Soldados entram nas salas de aula e as prendem sob a acusação de atirarem pedras. Quando presas, são submetidas a tribunais militares, a torturadas e respondem a um processo na língua do poder colonial: o hebraico.   E agora são as inimigas eleitas intencionalmente por Israel. Não estamos diante de danos colaterais. Mais de 5 mil danos colaterais (de um total de mais de 12 mil mortes)? Isso é possível? Que lei humana ou divina pode justificar esta monstruosidade? Acabar intencionalmente com a infância palestina é, como sonhou os pioneiros sionistas, cortar o mal pela raiz. Na guerra demográfica declarada por Israel contra o povo palestina, mulheres e crianças se tornaram, há muito tempo, os principais alvos.

Não seria um direito de toda criança ir para suas escolas com segurança, um direito que existe antes da lei, por ser inalienável? Não para as crianças palestinas. Soldados e colonos israelenses as agridem, as ameaçam. Soldados entram nas salas de aula e as prendem sob a acusação de atirarem pedras. Quando presas, são submetidas a tribunais militares, a torturas e respondem a um processo na língua do poder colonial: o hebraico.   E agora são as inimigas eleitas intencionalmente por Israel. Não estamos diante de danos colaterais. Mais de 5 mil danos colaterais (de um total de mais de 12 mil mortes)? Isso é possível? Que lei humana ou divina pode justificar esta monstruosidade? Acabar intencionalmente com a infância palestina é, como sonhou os pioneiros sionistas, cortar o mal pela raiz. Na guerra demográfica declarada por Israel contra o povo palestina, mulheres e crianças se tornaram, há muito tempo, os principais alvos (…)

Exatamente pela existência de Creontes na vida política, foi instituído um conjunto de leis e convenções internacionais que, de fato, incidem em questões fundamentais para limitar os poderes da força ocupante, por exemplo: a proteção da infância, o direito dos prisioneiros, do direito de movimentação, entre outros. Mas não tentem encontrar nenhuma correspondência entre a Lei Internacional e as ações de Israel. Israel é uma entidade política fora da lei (…)

Eu poderia seguir citando centenas de Resoluções, mas acredito que já há elementos suficientes para sustentar minha tese: Israel não respeita a comunidade internacional. E por que ele segue fazendo parte da ONU? Também é possível concluir que o não reconhecimento de Israel da comunidade internacional não começou com Netanyahu, um fiel seguidor dos pais fundadores do sionismo. Nada nesta figura grotesca é original. Tudo nele é cópia.

Pergunto: é possível um país fazer parte de um organismo internacional quando tem reiteradamente se comportado como pária, que planejou e executa um genocídio diante dos nossos olhos? (…)

Se o Creonte dos nossos tempos acredita que tudo pode, sejamos Antígona: vamos seguir não reconhecendo o seu poder e exigindo que esta aberração política seja banida da comunidade internacional.

 

 

 


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